XV DE PIRACICABA COMEMORA 106 ANOS (1913).
(Confira a fundação).
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA (1889): 130 ANOS.
(Leia o fim da monarquia).
BOM DIA.
Hoje, 15 de novembro, uma data importante. E, dois nomes são lembrados: Marechal Manoel Deodoro da Fonseca e Capitão Carlos Wingeter. Feriado nacional, o país lembra a instauração do regime republicano presidencialista de governo derrotando a monarquia parlamentarista. Já a fundação do XV, sempre é muito festejada, pois o time de preto e branco, da famosa camisa zebrada, tornou-se um dos mais queridos do futebol. No nosso BLOG ESPECIAL de hoje (15), você confere históricos que marcam as duas datas. Um bom dia para você. Também um bom feriado e final de semana.
A história do esporte em Piracicaba começa em 1903, com a fundação do Club Sportivo Piracicaba, onde os associados realizavam corridas na antiga Raia do Salto e praticavam futebol com material vindo da Inglaterra. A cidade de Piracicaba era conhecida nos anos 1910 como pérola paulista, devido ao nível intelectual avançado de sua população. Nesta época, duas tradicionais famílias piracicabanas, Pousa e Guerrini, comandavam o futebol amador no município. A famíliaPousa gerenciava o Esporte Clube Vergueirense, enquanto os Guerrini tomavam conta do 12 de Outubro. Em outubro de 1913, as duas famílias se reuniram e resolveram montar uma única equipe que representasse a cidade. Convidaram então Carlos Wingeter, cirurgião dentista e capitão da Guarda Nacional, para ser o presidente do clube que estava se formando com a fusão das duas famílias. Wingeter aceitou o convite prontamente, mas com apenas uma exigência: o nome do novo time teria que ser XV de Novembro, em homenagem à data marcada pela Proclamação da República. Este foi o pontapé inicial para o surgimento do Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba, equipe rapidamente acolhida pela população piracicabana.
Em 4 de dezembro de 1913 foi publicada na imprensa piracicabana sua primeira diretoria, formada perlo
presidente Capitão Carlos Wingeter; vice-presidente – Tibúrcio de Oliveira; 1º Secretário – Erothides de Campos; 2º Secretário – Francisco Regato; 1º Fiscal – Jerônimo Huffenbaecher; 2º Fiscal – Luciano Servika; Capitão – Francisco Pelegrino (Paco); Vice-Capitão – Francisco Pousa; Tesoureiro – Américo Guerrini e Procurador – Alberto César de Oliveira.
PRIMEIROS PASSOS
Nesse primeiro ano de vida, o alvinegro sofreu duas derrotas. Um, em 16 de novembro de 1913, no campo do Sport Recreio Normalista, situado na chácara Diogo, no bairro dos Alemães. O XV perdeu por 2 x 0. Asegunda aconteceu em 23 de novembro, uma semana depois. O time perdeu novamente por 2 x 0. O jogo foi realizado no campo da Rua Piracicaba. Em 18 de outubro de 1914, o XV conquista sua primeira vitória, sobre a Associação Piracicabana de Esportes Atléticos, por 3 a 2, levando assim o título de Campeão da cidade. Pereira foi quem fez os 3 gols da partida. A Associação sempre vencia os adversários, então os torcedores quinzistas festejaram muito a conquista. No dia 20 de março de 1918 o time se filiou à APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos), passando a enfrentar equipes da capital e a tomar parte nos campeonatos do interior.
UNIFORME ZEBRADO
Antes do tradicional zebrado, a camisa quinzista passou por muitas transformações. Em 1913 o uniforme era composto de camisas e calções totalmente brancos e meias pretas, com pequenas faixas brancas. Em 1918, as camisas permaneceram na cor branca, mas tiveram acrescidos alguns detalhes na cor preta. Os calções também foram alterados para a cor preta e as meias permaneceram semelhantes ao anterior. No ano seguinte, a grande novidade no uniforme do alvinegro foi a inclusão do símbolo do clube no lado esquerdo do peito. Em 1923, a cor preta começou a tomar forma no uniforme do XV de Piracicaba. Novos detalhes nessa cor foram inseridos na camisa, com duas faixas na vertical, de cima a baixo da camisa. Outra alteração que pôde ser notada foi a alteração do posicionamento do símbolo, que deixou o lado esquerdo, para se posicionar ao centro da camisa. Esse mesmo modelo de uniforme foi observado até meados do ano de 1933. Foi apenas no ano de 1946 que finalmente surgiu a tão tradicional camisa zebrada.
NO EXTERIOR
Em 1964, o XV de Piracicaba fez uma excursão pela Europa e pela Ásia. O time piracicabano disputou jogos na Suécia, na Polônia, nas Alemanhas Ocidental e Oriental, divididas politicamente na época, na Dinamarca e nas então repúblicas soviéticas da Rússia, Ucrânia, Moldávia, Cazaquistão e Uzbequistão.
GLÓRIAS
Ao longo dos seus 106 anos, o XV de Novembro de Piracicaba conquistou uma infinidade de títulos. Primeiro campeão do interior, na elite do futebol paulista viveu momentos gloriosos com grandes jogadores e técnicos. Formou elencos e times notáveis que ganharam manchetes nacionais. Muitas e muitas vezes, Piracicaba parou para festejar conquistas inesquecíveis. Disputou Campeonatos nacionais e, retornart ao calendário da CBF é o objeto de desejo do clube, da torcida e da cidade. XV de Novembro de Piracicaba, uma lenda esportiva que abrigou o Basquete nos anos dourados: o masculino de Wlamir Marques e Pecente, e o feminino de Heleninha e Maria Helena.
A Proclamação da República representou um grande marco. O acontecimento foi resultado de um golpe de estado organizado por militares do exército e aliados ao movimento republicano, que pretendiam acabar com a Monarquia vigente no país e implantar uma República Federativa e Presidencialista. O militar Marechal Deodoro da Fonseca foi que proclamou a República no dia 15 de novembro de 1889. Na época, ele era chefe de exército e reuniu militares, além de apoiadores do movimento para invadir a praça da Aclamação do Rio de Janeiro e fazer a derrubada do governo monárquico. Com isso, no mesmo dia, Deodoro da Fonseca assinou um contrato provisório que lhe daria autonomia para governar o país até que fosse elaborada uma nova Constituição, já que a antiga ainda defendia a Monarquia como principal forma de governo. Antes de ocorrer a Proclamação da República, o país vivia um momento difícil de insatisfação da população com a atual política e os militares também se sentiam muito desvalorizados. Durante quase 70 anos o Brasil viveu um regime monárquico, pois de 1822 a 1889 o país foi governado por dois imperadores: D. Pedro I e D. Pedro II. Ao longo dos anos, esse regime já não conseguia atender as necessidades sociais do povo. O baixo clero e os profissionais liberais tais como comerciantes, agricultores, médicos e outros, estavam insatisfeitos com o atual cenário político do país, pois eles não tinham poder de decisão. O antigo imperador D. Pedro II, que foi quem governou o país por mais tempo, criou uma grande briga com a Igreja Católica devido à grande interferência que exercia nas questões religiosas.
O regime monárquico também impôs grande censura aos militares, que se sentiam descontentes desde o não reconhecimento da participação deles na GuerradoParaguai(1864-1870). Isso foi um dos principais fatores que desencadeou a organização do movimento republicano e a organização da Proclamação da República. A população exigia um país mais democrático e menos autoritário. Deodoro da Fonseca, bem como outros militares que participaram do ato da Proclamação da República, eram a favor da Monarquia. Mas, com a desvalorização que acontecia em relação a eles, muitos estavam se sentindo traídos.
No início, o objetivo era derrubar apenas o gabinete do imperador, por isso Deodoro da Fonseca agiu por acreditar que haveria represália do governo, caso ele fosse preso. Contudo, não foi o que aconteceu, pois o governo monárquico não esboçou nenhuma reação. Um outro exemplo que ilustra bem o descontentamento vivido pelo exército e pela população da época foi a crise econômica que acometia o país, com altas despesas desde a Guerra do Paraguai. Além dela, é possível citar a Guerrados Farrapos (1835-1845), ocorrida no sul do país, como outro fator de insatisfação. Pois, os fazendeiros estavam bastante infelizes com o aumento de impostos territoriais e as altas taxas sobre as exportações de produtos.
VOLTO SEGUNDA.
ATÉ LÁ.